União entre Azul e Trip vai criar a 3ª maior companhia aérea do país
Promessa é conciliar preço baixo com bom atendimento aos consumidores. As duas empresas terão pouco mais de 14% do mercado aéreo nacional, mas a associação ainda precisa ser aprovada pela ANAC e pelo CADE.
Michelle Barros São Paulo
A união entre a Azul e a Trip vai criar a terceira maior companhia aérea do país. O negócio ainda tem que ser aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), mas muita gente que já comprou passagem ou estava planejando as férias ficou em dúvida.
A promessa da nova companhia é conciliar preço baixo com bom atendimento aos consumidores. Especialistas dizem que essa associação deve estimular a concorrência no setor aéreo e trazer benefícios para os passageiros.
Os passageiros estão com malas nas mãos e dúvidas na cabeça. “Essa mudança pode atrapalhar um pouco”, comenta um rapaz. “Pode concentrar o mercado e ter os preços mais caros e menos companhias voando, menos concorrência”, aposta o funcionário público Fábio Coelho. “Se as duas empresas estão se juntando para beneficiar os clientes, para mim está tudo bem”, declara o porteiro Paulo Santos Pereira.
Como vai ser só o futuro dirá. O certo é que a Azul e a Trip embarcam agora em uma nova viagem, desta vez, casadas. As empresas anunciaram a associação, tornando-se o terceiro maior grupo da Aviação Civil no Brasil.
Juntas, as duas empresas terão pouco mais de 14% do mercado aéreo nacional, mas a associação ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Por enquanto, as duas companhias seguem operando de forma separada, como acontece hoje. Mas a estratégia da holding que vai surgir já está definida: o foco permanece no mercado regional, área onde as empresas estão acostumadas a atuar. “Nós achamos que o crescimento está no interior do Brasil, nas cidades como Sinop e Rondônia, cidades que estão realmente crescendo”, aposta o fundador da Azul, David Neeleman.
A promessa é conciliar preço baixo com atendimento de alto padrão. “A gente vai conseguir construir uma empresa que vai aliar custos baixos, a partir do momento em que essa é uma indústria de escala, quanto maior você se torna, mais competitivo você é, e de alto serviço”, destaca o presidente da Trip, José Mário Caprioli.
O professor Oscar Mauvessi, da FGV, especialista em fusões, diz que a associação deve estimular a concorrência e trazer benefícios para o consumidor: “a competitividade se traduz em melhor serviço, maior oferta de serviços e preços. Os preços tendem a, no mínimo, não crescer. E a tendência é baixar ao longo do tempo, porque esse é o motivo de ter a preferência do cliente A contra o cliente B”.
A TAM, que já comprou a Pantanal e em breve fará a fusão com a companhia chilena LAN, se destaca em primeiro lugar no setor, com quase 40% do mercado nacional. A segunda maior é a Gol, com quase 35%, e que ainda espera aprovação do CADE para fusão com Webjet.
Fonte: Jornal Floripa
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