Assim que todos embarcam, uma visita ilustre: o presidente da GOL, Paulo Kakinoff, aparece para cumprimentar um a um todos os jornalistas. Em seguida, usando o sistema de som da aeronave, ele dá as boas-vindas e fala da importância da ação, que é parte do Workshop “Bastidores da Aviação”.
Com a autorização da torre, é iniciado o “pushback”, ou seja, o avião é empurrado pelo trator de reboque para manobra- sim, o avião não tem marcha ré. “O piloto vai ligar o motor direito, em seguida o motor esquerdo e faz uma checagem antes de informar à torre que está tudo bem. Caso haja algum problema, ele retorna ao finger imediatamente”, explica Dutra.
Não é este o caso e o 737 começa a “taxiar” do terminal à pista de Congonhas, para entrar na fila de aeronaves que aguardam autorização para ganhar os céus rumos aos quatro cantos do País. Nesse percurso, o comandante explica que a torre de comando organiza somente o espaço aéreo do aeroporto. “Assim que o avião decola, passamos a ser orientados pelo centro de controle regional de São Paulo e em seguida pelo Cindacta I, de Brasília”.
Dutra explica que o tráfego aéreo nacional é gerenciado por quatro Centros Integrado
s de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, os Cindacta. O primeiro , com sede em Brasília, gerencia a maior parte de São Paulo e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Mato Grosso. O Cindacta 2 Curitiba opera a Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), Mato Grosso do Sul e parte sul e oeste de São Paulo. Já o Cindacta 3 tem sede em Recife e gerencia o tráfego aéreo na região Nordeste e área oceânica que separa o Brasil da África e da Europa. Por fim, o Cindacta 4 fica em Manaus e organiza os voos sobre a Região Amazônica.
Após observar a decolagem de outras aeronaves, finalmente alinhamos na pista e decolamos, a 230 km/h. Um detalhe interessante são os flaps das asas. No momento da decolagem eles são abaixados a 10 graus, para que o avião ganhe altitude com facilidade. No ar, eles são recolhidos e a asa fica lisa, aumentando a velocidade do jato.
Da mesma forma, o trem de pouso é recolhido assim que o avião inicia a subida. “No ar, o ideal é que o avião esteja o mais liso possível, por isso recolhemos os flaps e o trem de pouso, que causa bastante arrasto”. A decolagem é toda feita pelo piloto – não existe um sistema automatizado.
Mais alguns minutos e chegamos à altura de cruzeiro: 10 mil pés. “Apenas quando atingimos esta altitude é liberado o aviso de desatar os cintos de segurança e o trabalho dos comissários de bordo”, explica Dutra.
O mesmo ocorre com os pilotos. Mesmo os mais experientes precisam passar por treinamentos semestrais em simuladores, onde treinam o controle do avião e o pouso em casos de emergência – que graças a Deus! – são muito raros na vida real.
Dutra explica que a velocidade exata da decolagem e do voo é calculada de forma automática com base em fatores como peso da aeronave, temperatura, vento e potência dos motores. “Isso tudo fica registrado a cada voo”.
Aproveito para perguntar sobre um dos maiores temores de boa parte dos passageiros: as turbulências. “O avião é projetado para suportar as turbulências e elas não colocam o voo em risco. Além disso, hoje temos radares que nos informam com muita antecedência sobre turbulências mais severas e conseguimos contorná-las, para que os passageiros tenham um voo mais confortável”.
O comandante destaca que a maior parte das turbulências sentidas são as “de dia claro”, causadas pelo vento. “Essas o radar não consegue prever, mas são mais brandas. É como se fossem as marolinhas que balançam o navio no mar”.
Outras curiosidades: a rota do avião é definida pelo leme, que dica na cauda. Nas asas existem dois ailerons que controlam o movimento lateral. Há ainda o winglet – aquela peça bonita na ponta da asa, que serve para melhorar a aerodinâmica, aumentar a velocidade e reduzir consumo.
Cerca de vinte minutos antes do pouso o processo de descida é iniciado, com a redução de velocidade. Um som de sirene indica que o piloto automático foi desligado e vai começar o pouso. A cinco quilômetros da cabeceira, o trem de pouso é abaixado e o piloto aumenta a angulação dos flaps ao máximo: 40 graus, ajudando o avião a planar.
Chegando ao terminal, o avião é calçado para não se mover. Assim que o motor é desligado, são iniciados os processos de retirada das bagagens e manutenção para o próximo voo. O piloto aguarda a equipe da Infraero acoplar o finger e só então as portas ficam em “manual”, permitindo sua abertura e desembarque dos passageiros.
Fonte: Melhores Destinos
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