No Ceará, é possível fazer o curso, entre aulas teóricas e práticas. Porém, para seguir carreira, o investimento pode ultrapassar 70 mil reais.
No Brasil, crescem as opções de voos e linhas aéreas, bem como as chances para pilotos. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o número de pilotos comercias formados dobrou nos últimos três anos. O Ceará detém quatro escolas de aviação civil, em Fortaleza e Juazeiro do Norte. Os problemas, porém, restringem-se aos altos custos e congestionamentos nas aulas práticas de voo.
Para se tornar piloto, o trajeto não é fácil. O pretendente precisa, primeiro, ser aprovado nas provas teóricas e práticas de piloto privado, homologadas pela Anac. O curso teórico tem duração média de quatro meses, enquanto a parte prática exige 35 horas de voo. Com a licença e o Certificado de Habilitação Técnica em Aeronaves Monomotores (CHT), o piloto ainda não pode exercer atividade remunerada.
Em 2011, a Anac de Fortaleza avaliou tecnicamente 936 pessoas. Destas, 288 foram reprovadas. Os cursos teóricos custam em média R$1.800 e para fazer a prova da Anac a taxa é de R$250. Da parte prática, o preço das aulas de voo nas escolas cearenses varia de R$250 a R$450, a depender da nave escolhida.
Carreira
Para seguir carreira na aviação é preciso começar o curso de piloto comercial. Neste, além de curso e prova teórica, são exigidas 150 horas de voo, antes do cheque prático da Agência. Para se formar, o custo total pode superar 70 mil reais. Por isso, muitos estudantes optam por fazer a prática no Sudeste, onde há mais opções de escolas e preços mais acessíveis, ou até fora do País.
É o caso do profissional de marketing Lucas Neves. Ele trabalhava na área imobiliária e largou tudo para realizar o sonho de criança. “O meu pensamento é seguir na aviação executiva ou aviação de linha aérea”.
Lucas pretende fazer as primeiras 35 horas de voo em São Paulo e segue para Flórida (EUA), para se formar piloto comercial. “La fora, além de o treinamento ser mais produtivo e fluido, posso pilotar em naves muito melhores, com instrutores muito melhores, pela metade do preço. Pelo valor que pago 110 horas aqui, faço 278 horas lá”, conta.
De acordo com Francisco Monteiro, diretor de ensino da SAT Escola de Aviação, o retorno financeiro varia conforme a carreira escolhida. Para trabalhar em grandes companhias aéreas o piloto passa novamente por prova da Anac de piloto de linha aérea (PLA), com exigência de no mínimo 1.500 horas de voo.
“Ainda assim, começa como copiloto, recebendo até quatro mil reais por mês. Chegando a comandante, a remuneração sobe para até oito mil reais. Numa grande companhia, o copiloto recebe em torno de oito mil e o comandante cerca de 16 mil reais”. Isso em voos domésticos. Em companhias internacionais os valores são superados.
Fonte: Jornal O Povo / Foto: Lucas Neves / Fotógrafo : Samara Maia
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