Os rumores de que a companhia aérea TAM planeja uma demissão em massa de pilotos e comissários levaram o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), entidade que representa a categoria, a cobrar explicações da empresa.
O SNA se reunirá com a diretoria de recursos humanos da TAM na manhã da terça-feira, 30, em São Paulo. Segundo o sindicato, 290 tripulantes foram demitidos pela empresa ao longo do ano.
A TAM tem sinalizado que terá de reduzir o quadro de tripulantes em função de uma readequação da malha. Amanhã queremos uma posição oficial da empresa. Queremos saber se vai demitir ou não, quantas pessoas e em que condições, disse o presidente do sindicato, Marcelo Ceriotti.
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Circulam no mercado informações de que a companhia prepara um plano de demissão e novos cortes de oferta de voos, em função da deterioração do cenário econômico provocada pela alta do dólar e queda na demanda por passagens, disseram cinco fontes do setor.
O clima de tensão na empresa se agravou no domingo, 28, quando a TAM divulgou a escala dos tripulantes para o mês de agosto. Alguns pilotos contratados mais recentemente ficaram de sobreaviso, sem detalhes sobre sua escala de voos, disse uma pessoa ligada à empresa.
O temor se justifica porque a convenção coletiva da categoria determina que os pilotos em processo de admissão ou recém-contratados são os segundos na lista de cortes em caso de redução de quadro. À frente deles estão apenas os funcionários que quiserem deixar a empresa voluntariamente.
Desde o dia 1º de junho, o sindicato convocou cinco reuniões com a diretoria de recursos humanos da TAM para tratar de demissões. Segundo Ceriotti, a empresa cortou 290 pilotos e comissários neste ano. A empresa tem dito que eles não se enquadravam na função e a rotatividade é normal.
Mas achamos que é o início de um plano de redução de quadro. Eles não recontrataram, disse o presidente do sindicato. Agora existe um rumor forte de nova demissão em massa. Queremos uma posição oficial da TAM sobre isso." Procurada pela reportagem, a TAM não comentou a questão.
Crise
As líderes do setor aéreo brasileiro adotaram desde o ano passado uma postura conservadora, que prevê corte de voos não rentáveis, revisão de planos de expansão de frota e enxugamento da equipe, após anos de crescimento acelerado. A estratégia pretende reverter os prejuízos bilionários acumulados diante de uma demanda mais fraca e custos mais altos, especialmente do combustível.
As empresas tiveram que reduzir sua oferta para melhorar a rentabilidade. A proposta é voar com o avião lotado e conseguir elevar os preços, disse o consultor em aviação, Nelson Riet. Se tem menos voos, sobra piloto e comissário.
Gol e TAM chegaram ao fim do ano passado com um volume de passagens à venda para voos domésticos 9,52% e 3,7% inferior à oferta em dezembro de 2011, respectivamente, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os cortes continuaram na TAM no primeiro semestre - em junho, a oferta caiu 10,73% ante o mesmo mês de 2012, acima da projeção da empresa para o ano.
Em relatório a investidores em maio, a Latam Airlines, empresa criada após a fusão da TAM com a chilena LAN, projeta uma redução entre 5% e 7% na capacidade da TAM no mercado doméstico. A concorrente Gol anunciou no fim de junho que eliminará 200 voos a partir de agosto. A empresa disse, no entanto, que o corte não implicará demissões.
Fonte: Exame
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