Passageiros e tripulantes frustraram uma tentativa de seis pessoas de sequestrar um avião comercial que sobrevoava a região autônoma chinesa de Xinjiang, no oeste da China, disseram autoridades locais nesta sexta-feira.
Depois de dez minutos do início do voo da empresa Tianjin Airlines às 12h25 locais (1h45 de Brasília) entre as cidades de Hotan e Urumqi, a capital regional, os seis supostos sequestradores a bordo do avião tentaram tomar seu controle "por meio de violência", indicou um policial provincial em um comunicado.
Os passageiros e os tripulantes conseguiram render os supostos sequestradores. Segundo a agência estatal Xinhua (Nova China), dois guardas a bordo do avião ficaram gravemente feridos na luta contra os sequestradores, enquanto um comissário de bordo e sete passageiros sofreram ferimentos leves.
Fotos postadas no serviço de microblogs chinês Sina Weibo mostraram passageiros fazendo caretas e segurando pelo menos um dos suspeitos, enquanto em um dos assentos parecia haver manchas de sangue. Em outra foto, policiais eram vistos na pista do aeroporto, aparentemente empurrando um dos envolvidos. Não foi possível verificar a autenticidade das imagens
Ligações para a polícia e o governo regional de Xinjiang não foram atendidas. Depois da ação contra os supostos sequestradores, o avião voltou para Hotan, área turbulenta de grande presença da etnia muçulmana uigur e assolada nos últimos tempos pela violência separatista.
Do tamanho da Europa Ocidental, a região de Xinjiang é povoada por uigures e outras etnias muçulmanas há séculos e, segundo o governo chinês, nela operam grupos separatistas e terroristas que reivindicam a independência da zona.
Assim que a aeronave pousou, a polícia levou os suspeitos sob custódia. Autoridades disseram que o caso está sendo investigado. Eles não revelaram imeadiatamente a identidade dos seis detidos.
Em março de 2008, autoridades chinesas relataram ter impedido um plano de uma mulher uigur de derrubar um avião procedente de Xinjiang, onde a vigilância aeroportuária supostamente é muito rigorosa.
O governo, temeroso de qualquer ameaça à estabilidade do país ou ao controle do Partido Comunista, costuma acusar grupos separatistas e extremistas religiosos de Xinjiang por ataques a policiais e outros alvos governamentais.
Em setembro, tribunais da província sentenciaram à morte quatro envolvidos em incidentes que aconteceram meses antes em duas cidades - incluindo Hotan -, nos quais 32 pessoas morreram. O governo disse que os responsáveis por esses ataques eram radicais islâmicos que pretendiam transformar Xinjiang em um Estado independente chamado Turquistão Oriental.
Fonte: IG/Reuters e EFE
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