O futuro da Pluna deverá ser decidido até o dia 15 de julho, quando um de seus acionistas minoritários, a aérea canadense Jazz Air, com 25% de seu capital, deve decidir se compra o seu controle. A companhia aérea uruguaia está em busca de um novo sócio privado, após o fundo de investimentos Leadgate, composto por três acionistas argentinos, ter decidido sair do controle da empresa, onde detinha 50% de seu capital.
Em junho de 2010, a Jazz Air pagou US$ 15 milhões por 25% de participação da Pluna, que estavam nas mãos do Leadgate, que chegou a ter 75% da companhia. Os outros 25% restantes são do governo uruguaio.
Durante essa busca por um novo sócio privado, a participação acionária da Pluna que estava em poder dos acionistas privados está sob cuidado de um fideicomisso, administrado pela Bolsa de Valores de Montevidéu. À imprensa local, o governo uruguaio nega que esteja promovendo uma reestatização da Pluna.
O Leadgate considera, agora, mudar a mira. Os alvos prováveis são o Brasil ou o Chile. O fundo está saindo do capital da Pluna, alegando estar impossibilitado de aceitar a exigência do governo uruguaio de capitalizar a empresa. Segundo fontes do setor, foi firmado um acordo amistoso, com uma cláusula que prevê "indenização recíproca".
O fundo já desembolsou US$ 30 milhões desde 2007, quando assumiu o controle da Pluna. Para continuar, o Valor apurou que ele teria de aplicar mais US$ 40 milhões.
A Pluna tem uma das três maiores operações no Brasil, entre as empresas estrangeiras, com cerca de 80 voos por semana. Ela rivaliza com a portuguesa TAP e a American Airlines. A companhia do Uruguai chegou a operar 90 voos por semana, mas está em processo de conter a oferta, diante da desaceleração do transporte aéreo, especialmente no Brasil.
A Pluna desistiu neste ano de incorporar três novos aviões à frota de 13 jatos da canadense Bombardier, o CRJ 900, para 90 passageiros. A empresa também suspendeu, temporariamente, a rota Campinas-Montevidéu, desde abril. A empresa só deverá voltar a crescer em 2013, afirmou, em recente entrevista, o presidente da Pluna, Matías Campiani.
"Esta não tem sido uma decisão fácil", informou a Pluna. Segundo a companhia, pesou para a decisão do Leadgate sair do capital da Pluna a competição desigual, principalmente no mercado argentino.
"As difíceis condições competitivas, especialmente pelo imenso subsídio que o governo argentino dá à Aerolíneas Argentinas de maneira direta [cerca de US$ 100 milhões] e por meio do combustível [40% menos do que a Pluna paga em Montevidéu], tornam inviável competir de igual para igual", acrescentou a Pluna. A Aerolíneas, no Brasil, foi procurada, mas não retornou.
A Pluna chegou a ser comandada pela antiga Varig, a partir de 1994, quando a companhia aérea brasileira assumiu 49% de seu capital. Em 2006, no auge da crise da Varig, a Pluna quase fechou as portas. Nessa época, o governo do Uruguai retomou o controle da companhia.
Quando o Leadgate assumiu a Pluna, em 2007, o prejuízo naquele ano foi de US$ 41,1 milhões. As perdas foram reduzidas ano a ano até US$ 8,1 milhões, em 2011, quando a Pluna apresentou seu primeiro resultado operacional positivo em 11 anos, de US$ 4,2 milhões.
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