Apesar da baixa adesão na tarde chuvosa desta segunda-feira, com cerca de dez manifestantes, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) iniciou um protesto no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, contra a redução do número de comissários nas empresas aéreas, respeitando norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a RBAC 121. A legislação prevê diminuição de quatro para três comissários em cada avião, o que gerou cerca de 300 demissões na Gol Linhas Aéreas, e pode chegar a 400 na TAM.
"É um padrão internacional, mas que prejudica o passageiro brasileiro. É uma pessoa a menos em cada avião para orientar o passageiro. Parece brincadeira, mas não é. Nenhum dirigente da Anac teve experiência em evacuação e só fizeram um treinamento dentro do galpão da empresa e com o avião que não estava lotado", afirmou Gelson Fochesato, presidente do SNA.
No último dia 31 de maio, o sindicato organizou uma grande manifestação sobre o mesmo tema na Avenida Washington Luís, perto do Aeroporto de Congonhas, e chegou a bloquear a via com cerca de 300 manifestantes. Porém, desta vez, no saguão principal do aeroporto, a adesão não foi a mesma, já que, segundo o próprio sindicato, uma assembleia foi realizada pela instituição no mesmo horário para debater outros assuntos.
De acordo com Fochesato, apesar de ser uma legislação internacional, no Brasil essa norma não deve ser aplicada. Segundo ele, o brasileiro não está acostumado a se preocupar tanto com a segurança como o americano. Além disso, segundo o próprio presidente, algumas pessoas que estão a bordo não conseguem ler o folheto com as normas de segurança do avião e são prejudicadas por conta disso. "Teria que haver uma mudança de treinamento, de cultura para depois implementar", explicou o presidente.
Em contato com o Terra, a assessoria de imprensa da Anac afirmou que para que a companhia aérea faça essa redução no número de comissários, a própria agência aplica testes de segurança e evacuação. "Se a companhia passar no teste ela poderá passar a ter três comissários, mas isso fica a cargo de cada companhia, não é uma exigência".
"Antes de rever essa regulamentação, fizemos testes e muitos estudos. Se a companhia não passar no teste com três comissários, não poderá proceder", completou a Anac.
De acordo com o SNA, ainda não estão previstas outras manifestações no Aeroporto de Congonhas.
Fonte: Terra
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