Os trabalhadores do setor de aviação não aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada nesta segunda-feira pelos representantes das empresas aeroviárias e podem entrar em greve na quinta-feira. Em audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), as companhias propuseram reajuste compatível com a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6,17%, mas os empregados querem aumento salarial de 7%.
A greve está marcada para as 23h de 22 de dezembro, caso não haja acordo. Os sindicatos dos trabalhadores se comprometeram a manter 20% dos funcionários em atividade, como prevê a legislação. A reunião de hoje contou com representantes dos sindicatos dos Aeronautas e Aeroviários e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). No início das negociações, os trabalhadores pediam aumento de 13%, mas as empresas ofereciam 3%.
Além do reajuste em 7%, os aeroviários (pessoal de terra) e aeronautas (que trabalham embarcados) pediram a fixação do piso de R$ 1.100 aos operadores de equipamentos, mas as empresas só aceitaram estabelecer piso de R$ 1 mil. Estas e os trabalhadores chegaram a um acordo em relação ao aumento de 10% no piso da categoria, no vale refeição e na cesta básica. As empresas alegam que não podem oferecer um reajuste maior que o da inflação oficial, mas os trabalhadores afirmam que os dados apontam condições financeiras para conceder um aumento mais elevado.
Por causa da falta de entendimento, o dissídio da categoria deverá ir a julgamento na Sessão de Dissídios Coletivos do TST, formada por nove ministros, mas apenas em fevereiro, quando terminam as férias coletivas do Tribunal. A ministra Cristina Peduzzi, que conduziu a audiência, alertou que a paralisação não poderá alcançar toda a categoria, e que os trabalhadores devem se organizar para prestar os serviços à população.
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