A companhia americana irá investir US$ 100 milhões no negócio, que ampliará sua presença na América Latina.
Fonte: Surgiu
Depois da fusão entre a TAM e a chilena LAN, chegou a vez de a Gol também se aliar a uma companhia estrangeira de aviação. A aérea informou nesta quarta-feira (07/12), por meio de fato relevante enviado à CVM, que assinou um acordo com a americana Delta Airlines para que a companhia compre uma fatia minoritária de suas operações. A Delta irá investir US$ 100 milhões no negócio.
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Para realizar a transação, haverá a troca de ADSs (American Depositary Shares) lastreados em ações preferenciais da GOL por meio de uma emissão de papéis preferenciais com preço médio de R$ 22 por ação, o que representa um ágio de 47% de acordo com o valor de fechamento dos papéis no pregão de ontem.
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O aumento de capital será de aproximadamente R$ 280 milhões, incluindo o direito de subscrição dos demais acionistas. O conselho de administração da GOL se reunirá no próximo dia 21 para deliberar sobre o negócio.
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Com a transação, a GOL concordou em eleger um representante da Delta para fazer parte de seu conselho de administração, desde que a empresa americana mantenha uma posição de pelo menos 50% das ADSs adquiridas no investimento, o que a Delta já se comprometeu a fazer por um período de 12 meses. Segundo o acordo firmado entre ambas as companhias, a Delta também se compromete a não comprar mais ações da GOL sem o consentimento da empresa brasileira.
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A legislação brasileira não permite que a Delta adquira mais do que 50% das ações preferenciais da GOL.
O negócio entre as duas aéreas também prevê um acordo de code-share, permitindo à Delta colocar seu código em mais vôos da GOL no Brasil, Caribe e América do Sul, ao mesmo tempo em que permite o mesmo para a companhia brasileira para vôos entre os Estados Unidos e Brasil. Com isso, serão ampliadas as opções de voos para clientes de ambas as empresas. Haverá também o alinhamento de serviços e benefícios a clientes dos programas de milhagem SMILES e Sky Miles.
Com a associação, Delta e GOL querem aumentar a atratividade dos serviços das empresas, facilitando as conexões e a movimentação das cargas e passageiros entre os cerca de 400 destinos nos mais de 70 países servidos pelas empresas.
Juntas, as companhias aéreas pretendem ganhar eficiência em ações comerciais, promoções, força de vendas, além de explorar a economia de custos nos serviços de atendimento, manutenção, salas VIP e apoio logístico.
A Gol também irá transferir contratos de arrendamento de duas aeronaves modelo Boeing 767 para a Delta.
O negócio não prevê a adesão da GOL à uma aliança global. Segundo a aérea, o interesse na transação está na estratégia da companhia em buscar parcerias internacionais de longo prazo que beneficiem seus clientes por meio do acúmulo de milhas e ampliem as possibilidades de viagens de longa distância para seus passageiros.
A empresa brasileira também coloca como vantagem da parceria a capitalização pela qual passará, o que fortalecerá “seu balanço e tornando-a mais preparada para a conquista de seus objetivos e a exploração de novas receitas e mercados.", segundo explica o fato relevante. O momento para o GOL não é dos melhores. A aérea registrou prejuízo nos últimos dois trimestres. No terceiro, a companhia teve uma perda de R$ 516,5 milhões, contra um prejuízo de R$ 358,7 milhões no segundo trimestre do ano.
A Delta atende mais de 160 milhões de clientes por ano com uma frota de cerca de 700 aeronaves e possui uma rede global de 350 destinos em quase 70 países em seis continentes, sendo a maior companhia aérea do mundo em passageiros transportados por quilômetro.
O mercado reagiu bem ao anúncio da parceria. As ações PN (sem direito a voto) da GOL na Bovespa subiam 6,95%, cotadas a R$ 16, às 11h20.
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