A manobra que impediu um avião carregado de contrabando de decolar de uma pista clandestina foi estudada, garante o delegado da Polícia Federal Édson Geraldo de Souza. A ação aconteceu no meio de um canavial entre Pontal e Orlândia, na manhã de terça-feira (1) e resultou na apreensão de uma aeronave, R$ 200 mil em eletrônicos contrabandeados e na prisão de cinco pessoas.
“Em razão de a região ter muito tráfico e contrabando em aeronaves, nós já tínhamos pensado o que seria feito caso encontrássemos uma em procedimento de decolagem. Após entrevista com pilotos, chegamos à conclusão de que o toque na asa seria o suficiente, particularmente na asa esquerda, porque livra o condutor da viatura. É claro que nem toda premeditação, preparo e treinamento faz com que a execução seja perfeita. Para isso depende de outros dois fatores: determinação e coragem”, afirma o delegado.
Segundo Souza, o objetivo principal da operação era a apreensão da aeronave, que estava sendo usada em outros transportes criminosos e no último mês esteve envolvida no tráfico de drogas que foi descarregado em Passos (MG).
“Ao perceber a polícia, eles começaram a decolagem de emergência e, embora houvesse dois veículos ali que tentaram conter a ação da Polícia Federal, desde o princípio, os policiais estavam determinados a deter a o avião”, conta o delegado.
O motorista de uma das caminhonetes que tentou barrar a operação, entrando na frente da viatura da Polícia Federal, disse que não havia identificado o carro da polícia e que jogou o carro contra a viatura “sem querer”.
Prejuízo x Lucro
Durante a ação, a caminhonete usada pelos agentes federais ficou avariada, com o para-brisa destruído, mas para o delegado, o dano era previsto na ação. “O prejuízo da viatura foi de R$ 500 enquanto o prejuízo que causamos à organização criminosa foi de mais de R$ 500 milhões. Se cada a R$ 400, R$ 500 que nós pudéssemos investir, fossemos capazes de gerar esse prejuízo para a criminalidade, com certeza nos quebraríamos muito mais para-brisas”, afirma Souza.
O delegado disse que ninguém será responsabilizado, mas haverá a abertura de procedimento administrativo, como é de praxe.
Agora, a Polícia Federal irá investigar ramificações da quadrilha e os distribuidores das mercadorias que, provavelmente vieram do Paraguai. Códigos impressos nas caixas deverão ajudar na identificação da origem dos produtos.
Fonte: Globo
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