Uma manifestação com cerca de 70 pessoas no Aeroporto de Congonhas contra um pacote de demissões em massa da TAM afetou os voos da companhia e dificultou o acesso aos terminais por mais de duas horas, entre 4h40 e 7h desta quinta-feira, 8. O ato foi encerrado por volta das 9h20 e o grupo se reunirá para discutir as próximas mobilizações. O aeroporto chegou a ser fechado para pousos, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Até as 9h30, dez voos haviam sido cancelados e 19 estavam com atrasos superiores a 30 minutos - A TAM tinha três cancelamentos e nove atrasos no período, de acordo com a Infraero. Às 11h, 56,3% dos voos de Congonhas haviam atrasado (45) e o índice de cancelamento era de 18,8% (15).
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Os manifestantes, convocados por entidades sindicais, protestaram contra a demissão de 811 pilotos e comissários da empresa, anunciada pela companhia no começo do mês. O objetivo da categoria é suspender o programa de demissão voluntária e o plano de licenças não remuneradas previstos para as companhias aéreas.
Os manifestantes chegaram a bloquear uma faixa da Avenida Washington Luís, que, por volta das 6h40, registrou 1,2 km de lentidão no sentido Interlagos, a partir do Viaduto João Julião da Costa Aguiar. Às 7h25, o saguão central do aeroporto foi ocupado e o grupo se sentou nos balcões de atendimento, impedindo os check-ins dos passageiros.
Apenas as aeronaves que já haviam iniciado o trajeto antes da passeata da categoria foram autorizadas a aterrissar. De acordo com informações do site da Infraero, pelo menos 11 voos da TAM que partiriam do aeroporto na manhã desta quinta-feira atrasaram.
O Sindicato dos Aeroviários de São Paulo (Saesp) teme que a dispensa de mais de 800 aeronautas da TAM signifique um pacote maior de cortes na empresa. Segundo a entidade, a demissão de um aeronauta (comissário ou piloto) costuma resultar na eliminação de cinco aeroviários (profissionais que atuam no solo para dar suporte aos voos).
A TAM informou nessa quarta-feira, 7, que o pacote de demissões se deve à elevação dos custos no setor aéreo desde 2011. Nesse período, segundo a companhia, a oferta no mercado doméstico recuou 12%.
"A direção da TAM se recusa a discutir com o sindicato o plano de reestruturação da empresa", afirma o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Reginaldo Alves de Sousa, que participou do protesto. "A manifestação também é contrária à política de transporte aéreo do governo", completou.
Fonte: Estadao
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