O número de acidentes aéreos registrados no Brasil nos oito primeiros meses de 2011 é o maior nos últimos dez anos, segundo informações do relatório de setembro do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Em comparação com o ano passado, o crescimento é de 60%.
Em todo o território brasileiro, 103 acidentes aéreos envolvendo aviões e helicópteros foram registrados. Uma média de 12 por mês ou um a cada 60 horas. Nos primeiros oito meses de 2010, foram 64 casos, um a cada 90 horas.
As ocorrências registradas pelo Cenipa no período em 2011 supera em 35% a média anual dos últimos dez anos. Nos oito primeiros meses de 2011 já foram contabilizados 91% dos acidentes ocorridos durante todo o ano de 2009, recordista de acidentes nos último anos.
Especialistas apontam falhas no preparo de novos pilotos e tráfego aéreo mais intenso no país como fatores contribuintes para o aumento no número de acidentes.
"Existe um alto custo para investimentos em simuladores de voo no Brasil. Na aviação comercial, existem muitos estímulos para se arcar com esse investimento. Na aviação geral, não há essa facilidade", declara o instrutor Jefferson Fragoso, formado pelo Cenipa.
Ele afirma que a extinção do Departamento de Aviação Civil (DAC), que foi incorporado à Agência Nacional de Aviação (Anac), fragilizou o processo de treinamento de novos pilotos na aviação geral. "80% dos acidentes aéreos contam com algum fator humano", completa.
O diretor de operações de aeronaves da Anac, Carlos Eduardo Pellegrino, afirma que "o número dos movimentos aéreos vem acontecendo em todos os setores da aviação civil brasileira, o que reflete uma maior exposição ao risco".
O aumento no número de acidentes reflete no número de mortes. Nos oito primeiros meses de 2011, foram registradas 70 mortes em acidentes aéreos, média aproximada de uma vítima a cada quatro dias. De acordo com os dados do Cenipa, este ano é o quinto dos últimos dez, com o maior número de mortes.
O terceiro se forem excluídos 2007 e 2008, em que aconteceram duas das maiores catástrofes da aviação civil brasileira.
Se comparado com os doze meses de 2010, o aumento do número de mortes nos oito primeiros meses deste ano foi de 80%. Além disso, os dados também registram uma interiorização dos acidentes no espaço aéreo. Boa parte dos acidentes tem ocorrido fora das capitais brasileiras.
Fonte: Portal IG
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