quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Companhias aéreas serão obrigadas a ter guichês para reclamações

Companhias aéreas serão obrigadas a ter guichês para reclamações 





Determinação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Hoje tem passageiro com mais medo do aeroporto do que entrar no avião.


Quem viaja de avião sabe que vai ter algum aborrecimento. Uma hora é o voo que atrasa, ou a bagagem que demora ou o estacionamento lotado. Isso sem falar nos preços. Do cafezinho à taxa de embarque, o brasileiro paga muito caro por um serviço que deixa a desejar. Mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou uma novidade para esta semana.


Hoje tem passageiro com mais medo do aeroporto do que entrar no avião. Mas agora os passageiros das grandes companhias aéreas vão ter um balcão especial para reclamar das empresas. Pelo menos é o que quer a Anac.


No Aeroporto de Congonhas, são 34 pousos e decolagens por hora, mas por lá piloto não disputa só um lugar na pista. “Às vezes roda bastante, geralmente lá nos últimos andares tem, mas geralmente está cheio”, comenta o piloto Marcelo Ferreira.


Com o primeiro piso lotado e o segundo também, um motorista pensa em parar em um lugar proibido. Muda de ideia e roda mais um pouco. Ele veio buscar o irmão.


“Em cima é sem condições. Às vezes demora um pouco o voo do horário marcado, e aí ele falou para parar no estacionamento”, alega Ricardo Mendes, gerente de recursos humanos, que fica um pouco perdido. “Está bem cheio. E agora? Aonde que eu vou?”, pergunta.


Mas o gerente de recursos humanos acaba conseguindo uma vaga. Enquanto isso, no embarque, a torcida é para que o voo saia no horário previsto. “Hoje em dia, se cancela seu voo, você tem de se virar e pronto. Tudo parece que a gente que tem de resolver as coisas, não são eles”, reclama a empresária Stéfany Gilbert.


O juizado especial que funciona nos aeroportos atende queixas de atrasos, cancelamentos, extravios de bagagem e overbooking. Neste mês, foram registradas 118 reclamações no Aeroporto Internacional de Guarulhos e no de Congonhas. Em 13 casos, houve acordo.


Só que, em Congonhas, reclamação tem hora. Em uma tentativa de resolver os problemas rapidamente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou que as companhias aéreas instalem novos guichês especialmente para receber dúvidas e queixas. Pela resolução, os balcões precisam estar prontos até sábado (29).


“Acho que seria muito bom ter o local para a gente poder fazer, porque procura um lugar, procura outro e pega a bagagem, é bem complicado. Se tivesse, seria muito bom”, disse a professora Ângela Vargas. “É ótima, excelente essa resolução”, elogiou uma passageira.


O problema, segundo as companhias aéreas, é a falta de espaço. “As empresas aéreas vão fazê-lo nas próprias instalações que elas têm hoje atendendo queixas de passageiros nesses locais. Cada empresa vai implementar dentro suas possibilidades e características do aeroporto”, explica Ronaldo Jenkies, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas.


A Anac, a Infraero e a Aeronáutica também estão de olho na demora para retirar bagagens. “Tem vez que demora 30 minutos. É dureza. Um voo de Belo Horizonte a Congonhas é uma hora”, aponta a bancária Priscila Campos. “Tem aeroporto em que fiquei 40 minutos, principalmente Cumbica”, calcula uma empresária.


Em Congonhas, circulam 45 mil passageiros por dia. Há poucas opções de lanchonetes e restaurantes. No saguão principal do aeroporto, há apenas três lugares onde dá para tomar um cafezinho antes do voo. Conseguir um lugar para sentar é praticamente impossível, mas essa não é a única reclamação das pessoas. Uma queixa bastante comum é o preço.


“O lanchinho, que foi só uma empada e um suco, foi R$ 11. É um absurdo, eu acho muito caro. Mas o preço de aeroporto, não só aqui. No Rio de Janeiro ou qualquer lugar, aqui no Brasil, pelo menos, é assim”, diz o analista de sistemas Frederico Menbelski. “Eu pedi um café duplo e paguei R$ 6,10. Dá para comprar uns três desses”, comenta o consultor Paulo Otsubo.


A Infraero diz que o preço cobrado nos aeroportos é fixado livremente pelos concessionários. “Paga-se mais barato fora do aeroporto, acho que os custos de uma forma geral no aeroporto são muito caros e muito altos”, afirma o consultor Fábio Martins.


A comissão de fiscalização e controle da Câmara dos Deputados decidiu pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que examine os contratos para saber por que os preços são tão altos.
Nem na hora de ir embora, o passageiro fica livre dos gastos. Aquela vaga para o carro, difícil de achar, também sai cara.


“Foram R$ 16 por menos de duas horas”, diz um motorista. “Tem de pagar. O duro é que você não acha lugar para parar. Esse é o problema. E paga R$ 11 ainda”, conta outro motorista.


A partir do ano que vem, a bagagem terá de chegar ao passageiro que desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em 12 minutos nos voos domésticos e em 18 minutos nos internacionais. Quem não cumprir pode receber multa, mas é só para o ano que vem.


Fonte: Jornal Floripa


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