A Associação dos Familiares e Amigos do Voo 1907 será recebida no Palácio do Planalto na próxima quarta-feira para entregar à presidente Dilma Roussef um abaixo-assinado com mais de 190 mil assinaturas. O texto solicita que prevaleça a justiça e que os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino tenham suas licenças efetivamente cassadas.
Em 2006, 154 pessoas morreram após um jato pilotado pelos dois norte-americanos se chocou com Boing 1907 da Gol. O avião, que ia de Manaus para o Rio de Janeiro, caiu após o choque em uma zona de mata fechada, no Mato Grosso.
Durante o encontro no Planalto, os representantes da associação solicitarão à presidente que peça ao presidente Barack Obama que seu país respeite os acordos bilaterais e puna os pilotos. Dilma irá aos Estados Unidos no início de abril, se reunir com Obama.
“Só queremos que os EUA sejam coerentes e punam os pilotos que causaram a morte de 154 pessoas no Brasil. Existem precedentes nos EUA que comprovam que, por falhas bem menos graves, pilotos americanos tiveram seus brevês cassados pela agência americana”, disse Rosane Gutjahr, que perdeu o marido no acidente.
Ela se refere ao caso conhecido como “Northwest”, em que dois pilotos americanos tiveram suas licenças definitivamente revogadas por deixarem, por um curto período de tempo, de realizar contato com as torres de controle de tráfego aéreo, e passarem do ponto de pouso.
“Mesmo sem ter causado nenhum acidente, esses pilotos foram punidos pela FAA (órgão americano equivalente à ANAC) e não podem mais conduzir aeronaves. Agora, como o acidente aconteceu no Brasil, como as vítimas não eram americanas, eles se sentem no direito de não tomar providências?” desabafou Rosane.
Os pilotos continuam exercendo suas funções nos Estados Unidos. Lepore trabalha na ExcelAire – empresa que adquiriu o Legacy em 2006. Paladino é piloto da America Airlines. Os dois ainda conduzem jatos comerciais e particulares de passageiros como se nada tivesse acontecido ou como se nunca tivessem tido suas condutas profissionais desabonadas, segundo alega a associação por meio de nota.
O grupo acusa ainda que a dupla de ter cometido uma série de erros primários. Ainda de acordo com o texto, além de não terem concluído seu treinamento para pilotar o jato, não conheciam completamente os mecanismos da aeronave. A dupla também não teria seguido o plano de voo e também não teria realizado o planejamento da viagem. Após a decolagem, eles teriam deixado o TCAS (sistema anticolisões) e o Transponder desligados. Por fim, os pilotos confirmaram ter recebido autorização para voar em uma altitude onde a distância entre aviões é minima, quando na verdade não tinham.
Fonte: Band
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