O Aeroporto Internacional Prefeito Dr. João Silva Filho, em Parnaíba (PI), a 350 km da capital Teresina, não tem voo comercial regular há 13 anos. Com infraestrutura para receber até 100 mil pessoas anualmente, o terminal teve movimento de apenas 2.828 passageiros de voos privados e de táxi aéreo em 2012, com média de 3,6 operações diárias, segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra o espaço desde 2004.
O custo mensal de manutenção é de R$ 320 mil, e o aeroporto registrou prejuízo de R$ 1,16 milhão de janeiro a novembro de 2012. A Infraero afirma que são necessários voos regulares para evitar o déficit, embora faça parte da estratégia de desenvolvimento da aviação regional sustentar locais que operam no vermelho – e que "precisam existir" – com verba arrecadada de terminais que dão lucro.
Construído na década de 1970, quando era usado na exportação de produtos agropecuários para a Europa, o aeroporto tem localização turística estratégica: fica entre o litoral do Ceará e os Lençóis Maranhenses. A distância para a praia de Jericoacoara (CE), por exemplo, é de 270 km, inferior aos 297 km que turistas precisam percorrer vindos de Fortaleza (CE). Até a Praia de Atalaia (PI), são apenas 13,9 km, distância muito menor que os 339 km de Teresina (PI) até o ponto turístico (veja algumas distâncias na tabela ao lado). Mesmo assim, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz não ter qualquer pedido de voo regular para a cidade.
"Nos anos 80 e 90, grandes empresas tinham voos nacionais com destino ou origem em Parnaíba. Como aeronaves mais modernas passaram a ser aplicadas nos últimos anos, as companhias deixaram de operar aqui. Infelizmente, nosso fluxo hoje é só de táxi aéreo, helicópteros e pequenos aviões privados e jatos, a maioria de políticos, empresários ou turistas", afirma Celso Lara Vital, gerente de operações da Infraero em Parnaíba.
A Avianca disse que trabalha com aviões grandes, como Airbus, que não teriam condições de operar no local. O último voo comercial regular feito no aeroporto, em 2000, foi da Ocean Air, que mudou de nome para Avianca. A assessoria de imprensa da empresa não conseguiu dizer por que as operações foram suspensas na época e qual era o destino do voo.Procuradas pelo G1, as companhias Azul e Trip disseram que novos destinos possíveis estão sendo avaliados, mas que não há previsão sobre o início de operações em Parnaíba. A Gol não quis falar sobre o tema e apenas informou que, "como uma empresa competitiva, está sempre avaliando oportunidades que agreguem valor ao negócio". A TAM disse que não tem interesse em operar no local. Já a Passaredo não se manifestou.
"Temos recebido consultas de empresas de aviação regional interessadas em conhecer a infraestrutura do aeroporto, mas ainda não há uma confirmação de início de atividades", diz Jorge Tadeu de Andrade, gerente regional de Comunicação Social da Infraero Nordeste.
Fonte: G1
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