A Azul quer voar mais longe e o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que a companhia faça uma oferta inicial de ações (IPO) é o passaporte necessário para acelerar o processo. A estratégia, segundo especialistas, tem como destino final as rotas para a América do Sul nos próximos anos. O assunto até então era encarado como um plano distante. Para isso, seria necessário alterar o atual perfil de sua frota, formada por aeronaves Embraer. A empresa já estaria em conversas com a Airbus para isso. E a francesa não é a única. A Boeing também está em negociações.
"Eles já conversam com a Airbus para encomendas de aviões A320. O pedido está diretamente ligado ao projeto de internacionalização", disse uma fonte do setor.
As aeronaves da fabricante europeia, segundo a mesma fonte, dão mais autonomia para rotas mais longas. A destino mais provável para iniciar os voos internacionais seria Buenos Aires. Para o consultor de aviação e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Enio Dexheimer, a estratégia da Azul está acertada e para ele, a ida ao mercado financeiro não é por razões de "fuga" dos fundos de investimentos que acreditaram na companhia desde o seu lançamento em 2009.
"Acredito que é uma boa opção de compra. Se tivesse economias investia em papéis da Azul ", disse, acrescentando que a estratégia de começar a voar para a América do Sul é uma vocação natural da companhia, que está se consolidando no mercado doméstico como a terceira empresa do setor, com 15% de participação no mercado nacional.
"Ter uma frota capaz de realizar essas rotas é fundamental para o sucesso da operação. O que vai determinar uma compra é justamente as condições do negócio. Então, podemos ver sim outros jatos em operação na companhia", ressaltou ele.
Mas não é somente o mercado internacional que está na mira da Azul. Crescer no Brasil é mais um caminho. De acordo com um analista, o IPO não irá beneficiar apenas a Embraer. Além de negociar aeronaves para voar fora do país, a Boeing poderá, ainda, fornecer aviões para voos domésticos, em uma disputa direta com as gigantes do setor, TAM e Gol, nas principais capitais.
“A Azul tem hoje 118 aviões. A empresa está devolvendo aeronaves da Trip, por conta da fusão, para unificar a frota. O mercado regional continua na mira da companhia. Mas crescer nas cidades onde TAM e Gol têm mercado, é o próximo passo. A Embraer, definitivamente, não será a única a ter encomendas. Mas, para isso, é preciso dinheiro para tanto investimento. Que virá com o IPO”, comenta o especialista.
Apesar de a operação ser encarada como a possibilidade de ser a porta de saída dos atuais investidores da companhia, entre elas o fundo Gávea Investimentos, o mesmo analista afirma que isso pode não acontecer. Dependendo do resultado da operação, estes fundos permaneceriam na companhia.
Os executivos da Azul estão em período de silêncio, obedecendo a regulamentação brasileira. No documento enviado ontem à CVM, a empresa informa que o foco principal é obter maior lucratividade com o crescimento da malha. A empresa também informou que os recursos usados para a aquisição da Trip estão entre os fatores de risco da empresa, que pode não recuperar as despesas de R$ 44 milhões com a integração. No mesmo documento, mostrou os resultados financeiros de 2012: prejuízo de 170,8 milhões de reais. Segundo fontes, o objetivo da empresa é que aoperação possa gerar R$ 1 bilhão. O Santander coordena a operação, que conta ainda com Morgan Stanley, Itaú BBA, Goldman Sachs e BB Investimentos.
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