A Delta Air Lines vê grande crescimento na aviação comercial no Brasil nos próximos anos e, por causa disso, vai reforçar sua parceria com a Gol Linhas Aéreas. A Delta, que no ano passado aplicou US$ 100 milhões na empresa brasileira, busca capitalizar o investimento ao aumentar o número de serviços para seus clientes, como o recente compartilhamento de benefícios a viajantes frequentes por meio dos programas SkyMiles, da companhia norte-americana, e Smiles, da Gol.
"Uma parceria com uma empresa como a Gol exige que construamos essa cooperação e coloquemos isso em prática", afirmou o vice-presidente sênior da Delta, Tony Charaf, que está no Brasil em sua primeira visita desde que assumiu a chefia do escritório de Cargas, em agosto passado.
A Delta descarta aumentar sua participação na Gol - atualmente a aérea norte-americana é dona de 3% do capital da brasileira. Segundo o diretor da Delta no Brasil, Christophe Didier, a Gol é uma parceria estratégica. "A Delta não tem intenção de aumentar participação na Gol, apenas assegurar o mínimo para trabalharmos juntos. Não é um investimento financeiro."
Os executivos veem o mercado brasileiro com grande expectativa. Para Didier, o País mudou e um mercado antes considerado local e regionalizado agora é disputado por grandes companhias aéreas. "Entre 2002 e 2012 o número de brasileiros que viajaram para Nova York cresceu 11 vezes", cita o diretor, lembrando, ainda, que até alguns anos atrás a companhia tinha apenas um voo no Brasil, de São Paulo a Nova York, e hoje possui cinco. "Para São Paulo havia apenas um voo; agora temos três e estamos atrás de um quarto no ano que vem."
Didier não opinou sobre a estratégia brasileira de conceder os maiores aeroportos do País para a iniciativa privada, mas comemorou o fato de que o objetivo do governo federal é aumentar a infraestrutura aeroportuária. "Estamos satisfeitos que haja uma decisão para a construção de infraestrutura em aeroportos, o que vai ampliar oportunidades", disse. "O poder de compra do Brasil está crescendo vertiginosamente e pessoas estão viajando mais. Vamos continuar a crescer, não importa como o Brasil está se organizando", completou Charaf.
Tanto ele quanto Didier não forneceram uma meta de crescimento específico para o Brasil, mas nas operações de carga o objetivo da empresa é alcançar um crescimento global levemente superior ao de 2012, incluindo as operações no País. "Buscamos um pequeno aumento em 2013 sobre 2012, na casa de um dígito", disse Charaf.
A receita com cargas da Delta em 2012 caiu 4% ante 2011, o equivalente a US$ 37 milhões. A estratégia da empresa é aumentar a rede de parcerias no mundo e a frota de aeronaves no transporte de cargas. "Quando crescemos nos nossos negócios com transporte de passageiros crescemos também no transporte de carga", afirmou o chefe da área. Os investimentos globais da Delta nos últimos três anos chegam a US$ 2 bilhões.
Fonte: Exame
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