O voo 3756 da TAM que partiu do Rio em 17 de junho de 2011 com destino a Minas Gerais poderia ter o mesmo destino que o voo 447 da Air France em 1° de junho de 2009, que caiu no mar e resultou na morte de 228 pessoas.
Relatório divulgado pelo Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na tarde desta segunda-feira, 30, mostra que o problema que atingiu a aeronave da TAM foi o mesmo que causou a queda do avião francês: a parada de funcionamento dos pitots (aparelhos que medem a velocidade e altura de um avião e servem de referência aos pilotos).
O avião da TAM partiu com 95 passageiros do Aeroporto Santos Dumont com destino a Confins, em Belo Horizonte e, poucos minutos após a decolagem, chocou-se contra um balão de ar. Segundo o relatório do Cenipa, um banner de plástico atrelado ao balão obstruiu os três tubos de pitot do avião. No caso da Air France, os pitots congelaram.
A tripulação da TAM foi informada pelo Controle de Tráfego Aéreo da presença de balões de ar quente nas proximidades do voo, mas, segundo o piloto e o copiloto, não houve tempo hábil para desviar do objeto. O comandante percebeu, então, a perda das referências na cabine e desligou o piloto automático, pousando o avião em Confins manualmente às 9h48.
A visibilidade era boa e, por isso, a tripulação não teve problemas durante o voo, utilizando referências visuais. No caso da Air France, o voo acontecia à noite e sob tempestade, e o avião acabou caindo no oceano.
De acordo com o Cenipa, o comandante da TAM solicitou ao copiloto que desconsiderasse os sinais do painel e eles não relataram aos órgãos de tráfego aéreo qualquer anormalidade. O relatório também afirma que o programa de treinamento da TAM não contemplava capacitação para todas as fases de um voo e não abrangia o recomendando pela Airbus.
A TAM foi notificada na época e afirmou que adotou as correções necessárias. Em nota emitida na noite desta segunda-feira, a acompanhia explica que "a colisão do balão com sua aeronave gerou uma evolução no programa de treinamento dos pilotos da companhia, com a adoção de treinamento específico para situações análogas em todas as fases do voo, e não somente em determinadas situações críticas. Tal treinamento foi incorporado ao programa da empresa em 5 de novembro de 2011, também com a devida aprovação da ANAC.
Estadão
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