terça-feira, 2 de agosto de 2011

Balão causa problema com sensores de avião da TAM no Rio





Airbus A-319 enfrentou situação parecida à do AF 447 que caiu em 2009.

Pilotos brasileiros conduziram aeronave no manual. Cenipa investiga o caso.



Dois anos após a tragédia com o voo AF 447, a colisão de um avião com um balão no Rio de Janeiro causou uma situação semelhante à enfrentada pelos pilotos do Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico, em 1º de julho de 2009, deixando 228 mortos.
O caso aconteceu no último dia 17 de junho com o voo 3756 da TAM que partiu do Aeroporto Santos Dumont às 8h54, com destino a Confins, em Belo Horizonte. Dados obtidos pelo G1apontam que a aeronave chocou-se com o balão 6 minutos após a decolagem, a cerca de 10 mil pés de altitude (mais de 3 mil metros).
O artefato obstruiu um dos pitots do Airbus A-319, sensor que transmite informações sobre altitude e velocidade. Mas os pilotos perceberam que estavam sem nenhuma informação válida na cabine e, com o desligamento do piloto automático, conseguiram manter o avião manualmente até o pouso, às 9h48, em Minas Gerais.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda investiga o caso e classifica o incidente como grave.
No Airbus A330 da Air France, a falha nos sensores ocorreu por causa do congelamento dos pitots, durante uma tempestade a 35 mil pés (mais de 10,6 mil metros). Os pilotos tinham pouca visibilidade também por ser de madrugada (2h14). O incidente com a TAM aconteceu numa manhã de sol, e os pilotos possuíam referências visuais e conseguiram assim realizar o pouso.
 Segurança
O chefe do Cenipa, Brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, considerou o incidente como grave e enviará nesta semana à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) um pedido para que as secretarias de segurança dos estados tomem providências para evitar a prática de balões próximos a aeroportos.
Só em 2010 foram reportados pelos pilotos de avião civil mais de 100 casos de avistamento de balões próximo a aeroportos. O maior registro é em Cumbica (52 casos), seguido de Viracopos (27), Galeão (19) e Congonhas (18).
Crime
A Aeronáutica informa que, além de comprometer a segurança de voo, soltar balão é crime ambiental previsto pelo artigo 42 da lei nº 9.605. Pelo texto, qualquer pessoa que fabricar, vender, transportar ou soltar balões pode ser condenado a uma pena de detenção que varia de 1 ano a 3 anos e multa.
 Preso em flagrante, pelas mudanças na Lei de Execuções Penais, a pessoa poderá responder o processo em liberdade, mas o juiz poderá exigir uma fiança de até 200 salários mínimos, cujo valor pode ser multiplicado até por mil vezes, dependendo da gravidade do delito.
Em junho, um cinegrafista amador flagrou um avião fazendo manobras arriscadas perto de um balão no interior de São Paulo (veja vídeo acima). Na ocasião, os órgãos que controlam a segurança de voo do país não identificaram qual era o avião.
 Além de balões, o Cenipa pedirá às polícias estaduais que atuem também na parte de prevenção nas regiões próximas a aeroportos, onde pessoas com ponteiras de raio laser têm atrapalhado a visão de pilotos em pousos e decolagens.


E não são só os balões e o laser que preocupam. Pássaros, como urubus voando próximos a aviões, e a interferência de rádios piratas na frequência de conversa da cabine dos aviões com os controladores de voo também pode provocar acidentes.

Manutenção
A TAM confirmou o incidente e informou em nota que “a tripulação cumpriu os procedimentos necessários para garantir a segurança do voo”.A companhia diz que “a aeronave foi atendida pela manutenção da TAM em Confins e liberada à 1h30 do dia 18 de junho. Foi realizada uma checagem completa do avião, com a substituição dos componentes afetados, danificados ou não".

Fonte: G1
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