O número de reclamações de usuários do Aeroporto Internacional de Campo Grande mais que quadruplicou no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período do ano passado, saltando de 27 para 115 relatos, aponta levantamento da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), repassado com exclusividade ao Correio do Estado.
O serviço de ouvidoria da empresa, responsável pela administração de 66 terminais aeroportuários do Brasil, constatou ainda que os serviços prestados pelas empresas aéreas lideraram a lista de queixas dos usuários do aeroporto da capital sul-mato-grossense neste ano, correspondendo a 40,8% dos relatos encaminhados à Infraero. Em seguida, vem o atendimento oferecido nas áreas comerciais do terminal (23,4%).
No primeiro semestre de 2010, a maioria das reclamações referentes ao Aeroporto Internacional de Campo Grande envolveram furto ou extravio de bagagens (14,8%). Mais uma vez, o segundo maior motivo de queixa no período foi o atendimento prestado nas áreas comerciais do local, que deve passar por ampliação até o ano que vem, inclusive com abertura de novas lojas e serviços, conforme projeto da superintendência regional do Centro-oeste da Infraero.
Caos
Explosão da demanda no Aeroporto Internacional de Campo Grande na metade da década passada — entre 2005 e 2010, o número de embarques e desembarques no local passou de 652 mil para 1,3 milhão, conforme dados da Infraero —, sem que a infraestrutura acompanhassse esse ritmo de crescimento, deixou o terminal à beira do colapso em agosto do ano passado. Transtornos enfrentados por usuários no chamado horário de pico (entre 21h30min e meia-noite) passaram a ser frequentes, entre eles o congestionamento no setor de desembarque, fila de espera para retirada das bagagens na única esteira existente e tumulto de veículos em frente ao terminal, por causa da falta de vagas para estacionamento.
Ajustes emergenciais foram feitos na estrutura do terminal de passageiros, como a reforma da sala de embarque, ampliando o espaço em 30%; reposicionamento da esteira rolante, que possibilitou ganho de 17% no tamanho do equipamento; liberação do espaço destinado para embarque internacional para o público dos voos domésticos durante os horários de pico e posicionamento de carros oficiais e veículos de locadoras em outra área, liberando 13% da área do estacionamento para os usuários.
O poder público municipal também entrou no circuito, ampliando a frota de táxis, reposicionando os veículos (que agora ficam estacionados próximo à lateral direita do aeroporto) e ainda colocando em operação uma linha de ônibus executiva para transportar os usuários até a região central e a rede hoteleira local. No entanto a execução de projeto definitivo para a situação do aeroporto ainda está em compasso de espera.
Planos
Segundo projeto da Infraero, a principal intervenção operacional prevista para o Aeroporto Internacional de Campo Grande será a transferência do restaurante para a ala direita do terminal, de forma a abrir espaço para a sala de desembarque. A previsão é que a desocupação ocorra ainda neste semestre e somente depois disso começará o trabalho de reforma e ampliação do setor de desembarque, inclusive com a instalação da segunda esteira.
A Infraero também prevê melhorias no acesso ao aeroporto, ampliação da área de estacionamento e novas atividades comerciais no terminal, com aproveitamento do terraço, abertura de novos espaços e ocupação de estabelecimentos fechados no primeiro piso.
Fonte: Correio do Estado
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