Muitas autoridades de aviação civil assumem que as companhias aéreas sabem como atrair a atenção dos passageiros, mas alguns especialistas acreditam que a criatividade melhora a atenção aos briefings de segurança de pré-partida. Uma descoberta em comum, de vários estudos dos métodos utilizados para a orientação dos passageiros, é que as tripulações de cabine podem enfrentar uma demasiada carga de trabalho durante uma emergência, se grande quantidade de passageiros não souber usar os equipamentos de segurança, como saídas de emergência, máscaras de oxigênio, almofadas de flutuação e salva-vidas. Os comissários de bordo não podem prever o comportamento dos passageiros, portanto, a melhor prática é formar uma "base de conhecimento compartilhado" durante o briefing de segurança de pré-partida.
Um relatório da U.S. National Transportation Safety Board (NTSB), de 1985, indicava: "Em um avião, os passageiros são participantes passivos que, na maioria das vezes, não sabem porque a informação de segurança que estão recebendo é importante. Como as investigações de acidentes mostram, o briefing de pré-decolagem é, normalmente, a única informação de segurança que receberão caso ocorra um acidente."
As palavras específicas utilizadas para instruir o passageiro sobre o uso das máscaras de oxigênio, por exemplo, causam potencial confusão: como colocar a máscara sobre o nariz e a boca, como puxar a máscara para iniciar o fluxo de oxigênio e como respirar normalmente. Pelo relatório do NTSB, cada um destes elementos do briefing resulta de problemas que os passageiros enfrentaram no passado.
O comportamento dos passageiros tem sido citado nas investigações de vários incidentes. Por exemplo, apesar dos briefings de segurança rotineiros, somente um dos 53 passageiros a bordo de um vôo, em 1974, e dois dos 180 passageiros a bordo de um vôo, em 1975, foram capazes de ativar o fluxo de oxigênio de suas máscaras, após a despressurização de cabine. Como resultado, a maioria dos passageiros precisou da ajuda pessoal dos comissários de bordo. Em uma despressurização de cabine ocorrida em 1973, os comissários de bordo informaram dificuldades próprias em utilizar o oxigênio, enquanto ensinavam como os passageiros deveriam colocar as máscaras corretamente e iniciar o fluxo de oxigênio.
A atenção dos passageiros aos briefings de segurança de pré-partida e os fatores relacionados, como a capacidade para ouvir e entender esses briefings também influenciaram os sobreviventes em vários acidentes investigados pelas autoridades norte-americanas, desde os anos sessenta.
Segundo a "Advisory Circular" (AC) 121-24B, "Briefings de informações de segurança aos Passageiros e Cartões de Briefings" da U.S. Federal Aviation Administration (FAA), uma pessoa alertada e instruída tem maior probabilidade de sobreviver a uma situação de emergência em um avião, que uma pessoa despreparada.
"Todo passageiro deveria ser motivado a ficar atento às informações de segurança do briefing, porém, não é fácil motivar as pessoas, até mesmo quando sua própria segurança está envolvida. Uma maneira de aumentar a motivação dos passageiros é elaborar briefings e cartões de segurança tão significativos, interessantes e atraentes o quanto possível.."
Fonte: Jornalista Célio Rocha/TAM SAFETY DIGEST
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