segunda-feira, 6 de junho de 2011

Aviação vai transportar 16 mil milhões de passageiros em 2050


A indústria da aviação deve preparar-se para lidar com 16 mil milhões de passageiros e 400 milhões de toneladas de carga em 2050. A expectativa é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla inglesa), que assegura que a rentabilidade sustentável é o maior desafio de uma indústria que obteve um retorno líquido de 0,1% nas últimas quatro décadas. É por isso que Giovanni Bisignani, director geral da associação, apela a uma reformulação das parcerias dentro da indústria e a um papel mais proactivo dos governos.

"Temos que quebrar as barreiras da cadeia de valor para equilibrar a recompensa financeira e os lucros e criar uma nova proposta de valor para que a concorrência não seja feita apenas com base no preço", disse Bisignani perante uma audiência de cerca de 700 pessoas, entre os quais os presidentes das maiores companhias mundiais.

Os governos dos diferentes países, alvo recorrente da IATA, foram também referidos, com o director geral da associação a solicitar que estes "desenvolvam políticas que substituam a intervenção com liberdade comercial, reduzam as barreiras à saída e permitam às companhias de aviação que se reestruturem como um negócio normal". A União Europeia, que há um ano, durante a crise do vulcão islandês foi fortemente criticada pela IATA voltou a estar na mira, desta vez devido ao sistema de compensação de emissões de dióxido de carbono (CO2): "Medidas regionais descoordenadas e punitivas distorcem o mercado e minam o esforço global para reduzir as emissões", alertou Giovanni Bisignani, acusando a UE de prosseguir uma política uma política que visa a introdução das emissões de carbono das companhias aéreas no mercado global de transacções de CO2 e que custará à indústria 1.5 mil milhões de dólares.

Por fim, a associação pede aos governos que sejam mais cautelosos na definição das taxas aeroportuárias. Na "parede da vergonha", anualmente apresentada pela IATA continua a estar o Governo do Reino Unido e a BAA, gestora aeroportuária, que em 2010 angariou 4,5 mil milhões de dólares em taxas, seguindo-se a Alemanha que arrecadou 1,3 mil milhões. "Taxar a aviação não compensa", diz Bisignani. "A Holanda retirou uma taxa de partida que custou 412 milhões de dólares porque custou à economia 1.6 mil milhões. E a Irlanda planeia cancelar uma taxa de viagem de 165 milhões porque custou 594 milhões e 3.000 postos de trabalho", especificou o director geral da IATA.

As mais de 230 companhias membro da Associação Internacional de Transporte Aéreo estão desde ontem reunidas em Singapura para a 67ª. assembleia geral daquele organismo. No total cerca de 700 responsáveis das companhias de aviação que respondem por 93% do tráfego mundial juntaram-se para discutir os desafios e oportunidades para a indústria.

Fonte: Sapo
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