A TAP já contabiliza 21 mil reservas canceladas pela greve marcada para os últimos dias da próxima semana, segundo avançou hoje o CEO da companhia, Fernando Pinto, que assim uma vez mais evidenciou que os custos de uma greve na aviação se fazem sentir a partir do dia em que é anunciada e não apenas no dia em que é concretizada.
E a expectativa é de que cada dia que passe o impacto aumente, também evidenciou Fernando Pinto, que, citado numa notícia da agência Lusa publicada pela imprensa portuguesa, avisou que “até ao dia da greve vai sempre aumentar” o número de reservas canceladas.
Este quadro, porém, nada tem de novidade, pois ao contrário do que acontece com paralisações de outros meios de transporte, em que é nos dias que se realizam que os efeitos se fazem sentir, na aviação é principalmente nos dias que a antecedem, pois a tendência dos clientes é de imediato cancelar as viagens e a margem de manobra que as companhias têm é tentar cativá-los para optarem antes por alterar as datas.
Essa é a situação típica em greves da aviação na generalidade dos países, que em Portugal se agrava pois tradicionalmente são decretados serviços mínimos ínfimos quando comparados, por exemplo, com Espanha.
Ainda assim, no passado Sábado, a 13 dias do início da greve, em entrevista à RTP, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, confrontado com as preocupações manifestadas pelo sector do Turismo e designadamente com a requisição civil preconizada pela APAVT, Sérgio Monteiro argumentou que “estamos ainda relativamente longe do início da greve e por isso tenho dito nos últimos dias que julgo que não estão ainda esgotadas as pontes de diálogo e de negociação que porventura ainda existam”.
“Por isso, a aposta que temos feito é no sentido de manter os canais de comunicação abertos”, acrescentou Sérgio Monteiro, que se referiu ainda a encontros previstos para esta semana, dizendo esperar que permitam “um aproximar de posições”.
“Não me parece que devamos, quando a negociação ainda tem espaço para poder convergir num acordo, não devamos estar já a antecipar cenários que possam ser de ruptura ou que reduzam a base que o Conselho de Administração e os trabalhadores ainda tem para negociar”, foi a posição que defendeu, embora também deixado claro que não há margem de manobra para o Governo ir ao encontro da principal reivindicação dos sindicatos, que é isentar a companhia dos cortes entre 3,5% e 10% dos salários brutos acima de 1.500 euros na função pública e sector empresarial do Estado.
Sérgio Monteiro argumentou, então, que a margem de negociações que existe é em torno de “reivindicações ou de pedidos de natureza mais qualitativa”, que não especificou.
Fernando Pinto, de acordo com a notícia da Lusa publicada pela imprensa portuguesa sobre as declarações que fez à entrada hoje para uma sessão de "Os Livros que influenciaram os líderes", na Buchholz, em Lisboa, também indicou que se mantêm as conversações com os sindicatos, mas foi tudo menos optimista.
“Obviamente, que nós não desistimos. O tempo todo mantemo-nos em conversações e em contacto com os sindicatos e com o Governo, mas a verdade é que é uma posição ainda difícil”, afirmou.
O CEO da TAP, que também sublinhou que uma greve “é sempre ruim para a imagem da empresa e tira valor à companhia”, não deixou no entanto de assinalar que há nesta paralisação “um ponto positivo”, que é “não ser exactamente na semana da Páscoa”, o que considerou evidenciar “respeito pelos portugueses, que já estão com tantos problemas”.
A greve está marcada para os dias 21 a 23.
Fonte: Turismo
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