
Com o resultado, os valores dos bilhetes inverteram a tendência de queda e passaram a acumular alta de 7,55% de janeiro a novembro, contra recuo de 3,77% até outubro, segundo o IPCA-15. De acordo com o especialista em aviação e regulação, Alessandro Oliveira, as companhias aéreas já vinham se preparando para realizar ajustes desde o ano passado.
“As empresas estão preocupadas com a desaceleração da economia e com o número de passageiros que vem crescendo a taxas menores. Por isso vêm reduzindo custos e voos e demitindo funcionários. Com o corte da malha, não faz sentido reduzir os preços e fazer promoções”, avaliou Oliveira.
Para ele, a fusão da Gol com a Webjet aprovada em outubro pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode ter sido o gatilho para o aumento dos preços neste mês.
“As empresas estão reduzindo a concorrência com a compra de companhias menores, como a Gol e a Webjet, e isso afeta os preços”, acrescentou Oliveira, que também é ex-diretor de Política Regulatória da Secretaria de Aviação Civil do Ministério da Defesa e presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBTA).
Além dos bilhetes mais caros, o consumidor que planeja uma viagem para o exterior terá que gastar mais com a moeda americana. O dólar turismo, usado por quem vai viajar, começou novembro em R$ 2,16 e atingiu pico de R$ 2,23 no dia 22 deste mês. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Rio de Janeiro (Sindetur-RJ), Aldo Siviero, a oscilação cambial verificada neste ano contribuiu para o encarecimento dos pacotes internacionais.
“Viagens para fora do Brasil estão mais caras na comparação com o ano passado devido à alta do dólar. Em 2011, o câmbio variou entre R$ 1,60 e R$ 1,70”, disse Siviero.
Os pacotes da Marsans Brasil, por exemplo, tiveram aumento de cerca de 5%, e a alta afetou também as viagens nacionais. De acordo com a agência, o pacote de Porto Seguro para a virada do ano subiu de R$1.369 para R$1.425, com mesma quantidade de dias. Já a agência de viagens CVC afirmou que os valores continuaram os mesmos em relação ao ano passado. "O número de ofertas é maior, por isso os preços repassados ao consumidor são ainda mais convidativos", afirmou a empresa por meio de nota.
O aumento do dólar, junto com o endividamento da Classe C, foram responsáveis pela queda nas vendas de pacotes de viagens neste ano, na avaliação do presidente do Sindertur-RJ. A Associação Brasileira de Agência de Viagens (Abav) reduziu sua expectativa de aumento de vendas de pacotes de 25% para 13% neste ano, contra 18% no ano passado.
“Com a inclusão da classe C e D, o trabalhador acabou se endividando com compras de bens de consumo como linha branca e automóvel, contribuindo para que as vendas de pacotes de turismo não continuassem na escalada que vinha acontecendo no ano anterior”, explicou Siviero.
Segundo o vice-presidente da Abav nacional, Edmar Bull, enquanto neste ano ainda é possível comprar pacotes de viagens, em igula período de 2011, já não havia mais opções.
“Em meados de novembro ainda é possível decidir passar Natal e Revéillon no exterior. No ano passado, nessa época, as vendas já estavam esgotadas”, disse Bull.
Procurada pela reportagem para comentar o aumento das passagens, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) não se manifestou.
Fonte: DP
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