A Transbrasil foi uma das três maiores companhias aéreas brasileiras, fundada em 5 de janeiro de 1955 sob o nome inicial de Sadia S.A. Transportes Aéreos. A Transbrasil encerrou suas atividades no final de 2001.
A Transbrasil foi fundada por Omar Fontana, filho de Attilio Fontana, fundador da Sadia. Omar Fontana arrendou um DC-3 para transportar carne fresca de Santa Catarina para São Paulo. A ideia foi um sucesso, o que levou Omar a constituir a Sadia Transportes Aéreos. Em 16 de março de 1956, o DC-3 PP-ASJ iniciou serviços de carga e passageiros entre Florianópolis, Videira,Joaçaba e São Paulo.
Em 1961 adquiriu a Transportes Aéreos Salvador, ampliando sua frota e voando até a região Nordeste. O Dart Herald começou a voar na empresa em 1963, primeiro de dez aeronaves do tipo operadas até 1976.
Os anos 1970 foram marcados pelo crescimento: em setembro de 1970, chegou o primeiro de 8 jatos BAC 1-11, inaugura a era do jato na empresa. Em 1973, Omar abriu o capital aos seus funcionários e mudou a razão social da empresa para Transbrasil S.A Linhas Aéreas.
Os aviões começaram a ser pintados em cores alegres e chamativas. Os primeiros EMB-110C Bandeirante, iniciam os serviços feeder no Brasil. Antes de a década terminar, a Transbrasil passou a ser a terceira maior empresa aérea do Brasil, voando com uma frota de dezBoeings 727-100.
Os anos 1980 foram marcados pela ampliação e consolidação. Omar Fontana preparou a Transbrasil para o grande salto: em junho de 1983 chegaram três Boeing 767-200, com os quais iniciou vôos "charter" internacionais para Orlando, Flórida, nos EUA. A "Década Perdida" deixou marcas na empresa: os sucessivos planos econômicos, desastradamente congelaram preços mas não custos, ocasionando enormes prejuízos.
Em setembro de 1988 Omar Fontana entrou na justiça com um processo contra o governo, exigindo reparação pelas perdas. A empresa sofreu uma rigorosa intervenção federal, que afastou Omar do comando. Pouco mais de um ano depois, a empresa foi-lhe devolvida com seu patrimônio dilapidado: o interventor havia vendido vários ativos da empresa. Omar tinha convicção de que a saída para a crise da empresa seria a expansão internacional.
Os anos 1990 foram dedicados à conquistar novas rotas internacionais (Miami, New York, Washington, Viena, Buenos Aires, Amsterdam eLondres) e a prosseguir na renovação da frota, incorporando novos 737-300 e -400, aposentando os 727 e 707 remanescentes. Mais 5 Boeing 767-300ER foram recebidos. Em 1995 houve até mesmo voos para a China (via Amsterdam), mas estes, como todos os outros, não foram adiante.
Os voos internacionais, vistos como tábua de salvação, tornaram-se um fardo. Em 1998 Omar deixou o dia a dia da empresa em virtude de sua saúde mas antes, assistiu ao cancelamento de todos os voos internacionais e, no front doméstico, ao encolhimento da empresa que fundou. No mesmo ano ganhou a ação que movera contra o governo, mas isso não foi suficiente para abrandar a crise.
Omar Fontana faleceu em 8 de dezembro de 2000. Depois disso, a queda da empresa foi vertiginosa, até que em 3 de dezembro de 2001 a Transbrasil ficou sem crédito para a compra de combustível: todos os seus voos foram cancelados. No dia seguinte funcionários fizeram protestos, exigindo o pagamento de salários atrasados.
Interbrasil STAR
Era o braço regional da Transbrasil , iniciou seus vôos em 3 de julho de 1995 com três aeronaves EMB-120QC e transportou naquele ano 20 875 passageiros com 37% de aproveitamento. A estratégia era de ser uma feeder-line da Transbrasil, sua majoritária.Cogitou-se muito na operação dos ERJ 145 e Canadair porém nunca se concretizou. No início a empresa atendia as cidades de Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, com um vôo que partia de Guarulhos e também as cidades de Brasília, Goiânia, Chapecó, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçú e Porto Alegre.
Em 1996 a empresa transportou 57 710 passageiros e adicionou uma quarta aeronave Embraer 120, já no ano de 1997.
Em 1997 a empresa transportou 87 355 passageiros com 50% de aproveitamento. Neste ano a Interbrasil atendia treze cidades e encomendará outros 3 Embraer 120.
Em 1998 a InterBrasil transportou 98 244 passageiros com 55% de aproveitamento, números melhores que os de 1997, agora já voando com seis Embraer 120.
Em 1999 eram dez cidades atendidas além de participar na Ponte Aérea de BH para o RJ com o ATR 42-300 da Total. Naquele período a empresa transportou 299.379 passageiros mantendo 50% de aproveitamento.
Em 2000 já eram dezenove cidades atendidas em seis aeronaves EMB-120. Neste mesmo ano sub-arrendou um Boeing 737-300 da Transbrasil para operar de Congonhas para Porto Alegre e do Santos Dumont para Pampulha. O número de passageiros transportados ficou em 293 750 passageiros com 53% de aproveitamento.
Em 1 de outubro de 2001, a Interbrasil Star iniciou vôos no Aeroporto de Congonhas para destinos no interior do estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e a cidade de Belo Horizonte. Com a suspensão dos voos da Transbrasil, a Interbrasil paralelamente teve todos os seus vôos suspensos no final de dezembro de 2001, pelo fato de ser braço operacional da empresa.
Aerobrasil Cargo
A Aerobrasil deixou de operar em Fevereiro de 1997. A companhia, que era o braço de carga da Transbrasil, operou em cores próprias dois Boeing 707, além de utilizar os porões das aeronaves da Transbrasil e locar aeronaves de outras companhias cargueiras, como a Evergreen, com seu Boeing 747. Em 1994 e 1995 estava operando com 3 aeronaves Boeing 707. Vamos entender melhor a criação do braço de carga da Transbrasil.
Em agosto de 1982 Omar Fontana procurou restaurar a posição do Brasil no mercado de cargas nacionais e internacionais e chegou a receber da Varig, em 20 de setembro de 1982, um Boeing 707, de prefixo PP-VJS, com capacidade para 42 toneladas de carga. Porém, em setembro de 1984, a Varig cancelou este contrato de leasing, provavelmente temendo a concorrência, segundo consta no livro Transbrasil – A Empresa e suas Aeronaves e a Transbrasil devolveu a aeronave em 16 de Novembro de 1984. Diante desta medida, Fontana adquiriu 4 Boeing 707 nos Estados Unidos e os converteu em QC (Quick-Change). Foram os primeiros 707QC no mundo. Estas aeronaves eram as de prefixo PT-TCJ, adquirida em 4 de dezembro de 1984, que operou até 12 de agosto de 1987; o PT-TCK adquirida em 3 de fevereiro de 1985 e operada até 23 de setembro de 1987; o PT-TCL adquirida em 13 de fevereiro de 1985 e operada até 23 de setembro de 1987;o PT-TCM adquirida em 5 de fevereiro de 1985, sendo transferida para a Aerobrasil em 1 de janeiro de 1991 e operada até junho de 1996; As outras aeronaves Boeing 707 operadas foram as de prefixo PT-TCN, recebida em 8 de março de 1985 e operada até junho de 1996; o PT-TCO adquirida em 27 de maio de 1985 operada até 11 de abril de 1987; o PT-TCP adquirida em 4 de fevereiro de 1986 transferida para a Aerobrasil em janeiro de 1991 e operada até novembro de 1994, quando se perdeu em acidente em Manaus; o PT-TCQ adquirida em 4 de fevereiro de 1986 e operada até 27 de julho de 1987; o PT-TCR adquirida em 25 de abril de 1986 e operada até 27 de julho de 1987; o PT-TCS adquirida em 25 de janeiro de 1987 e operada até 21 de março de 1989, quando se perdeu em acidente na aproximação para pouso no aeroporto internacional de São Paulo. Em 1996 as linhas da Aerobrasil ligavam Guarulhos, Brasília, Manaus, Miami e Nova York, esta última com o Boeing 747 da Evergreen.
Frota
Avião | Total | Ano de Integração a frota |
---|---|---|
Boeing 737-300 | 11 | 1985 |
Boeing 737-400 | 1 | 1988 |
Boeing 767-200 | 3 | 1983 |
Boeing 767-300ER | 1 | 1991 |
Aeronave | Total | Ano de Utilização |
---|---|---|
Embraer EMB-120 Brasília | 6 | 1995-2001 |
Aeronave | Total | Ano de Utilização |
---|---|---|
Boeing 707-320QC | 9(4 com cores da empresa) | 1984-1997 |
Boeing 747-100F | 1 | 1996-1997 |
2001-2010
Em 2005 houve uma tentativa de compra pela colombiana Avianca e a brasileira Oceanair (Avianca Brasil) e voltar a operar com cargas, mas só passou de especulação.
Em 2006 o Supremo Tribunal Federal devolveu a concessão de empresa aerea, ela poderia voltar a funcionar, coisa que não ocorreu por causa do cancelamento da compra pela Avianca.
Em 2009, quase sete anos depois da quebra da Transbrasil, o Ministério Público do Estado de São Paulo decidiu denunciar os ex-administradores da empresa. O motivo é a suposta autoria de crimes que teriam contribuído para a falência da companhia. O principal acusado é Antônio Celso Cipriani, um ex-policial que se casou com uma das filhas de Omar Fontana - fundador da Transbrasil, morto em 2000 -, chegou à presidência da companhia e tornou-se um empresário próspero fora dela[1].
Em 2010 a dívida que causou a morte da Transbrasil foi anulada pela Justiça e a americana GE, que exerceu o papel de credora, pode ter de indenizar os antigos donos da empresa, por causa de uma cobrança que já havia sido paga[2]. Por isso ainda há esperança que ela volte a operar.
Fonte: wikipedia / Estadão / Istoedinheiro/Fotos: Aviação no Brasil e no Mundo /
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