O passageiro paga todas as taxas para viajar de avião e, quando chega no destino, é surpreendido com a mala roubada. Isso acontece no aeroporto internacional de Brasília. Os bandidos compravam passagens e embarcavam como passageiros comuns, mas roubavam as malas da esteira ou agiam até dentro do avião.
Os passageiros reclamam que não há fiscalização para conferir as bagagens. Para quem leva apenas uma mochila, exatamente para não despachar a bagagem, um aviso: está perigoso até cochilar no avião. Quando os passageiros relaxavam, durante o voo, a quadrilha roubava bolsas. E várias vezes não há controle da saída de bagagens.
Na imagem os homens estão no balcão prontos para embarcar, mas já estavam sendo vigiados. Eles percebem e se falam pelo celular. Um homem de camisa branca tenta fugir com uma mala e uma mochila. A policial percebe e, armada, impede fuga. O bandido é levado para junto dos dois comparsas. Todos são revistados e presos.
Segundo a polícia, a mala que eles levavam tinha jóias, relógios importados, e vários celulares. Eles viajavam como passageiros normais, desembarcavam e furtavam malas nas esteiras. Depois, saíam, como se fossem donos da bagagem.
A polícia vinha monitorando os bandidos desde o mês passado, quando eles se hospedaram em um hotel em Brasília. Os funcionários chamaram os policiais porque eles saíram sem pagar, deixando no quarto malas que haviam sido furtadas no aeroporto. Eles costumavam pegar os objetos de valor e largar o resto para trás. Desde o início do ano foram várias as denúncias de furtos, feita por passageiros e companhias aéreas.
No aeroporto de Brasília, por onde circulam 13,5 mil pessoas por dia, não é comum funcionários conferirem as bagagens. “Uma vez um japonês levou minha mala e eu levei a dele”, conta um homem.
Alex Canuto sempre teve medo de despachar a mala. “Prefiro trazer a mala comigo. É mais prático para sair e tudo. E sem contar o risco de perder a mala ou danificar a mala”, diz o advogado.
Mas não é que os bandidos agiam também dentro do avião? Graças ao descuido de passageiros, eles escolhiam malas nos bagageiros e deixavam no lugar outras parecidas, cheias de papel.
A investigação revelou que a quadrilha é da Bahia e sempre fazia o trecho de ida e volta entre Salvador e Brasília, principalmente pelo alto poder aquisitivo das pessoas que desembarcam na capital do país.
“A investigação prossegue porque há outros integrantes da quadrilha soltos que nós pretendemos prender e vamos pedir também o apoio da Polícia Civil do estado da Bahia”, afirma o delegado Miguel Lucena.
Depois das prisões nossa equipe voltou, em horários diferentes, ao aeroporto de Brasília, e a situação continuava a mesma: bagagem sem conferência, sendo levada embora.
“Na saída aqui, eu acho que deveria ter uma verificação maior, sabe? Não me interpelaram para pedir se realmente a mala é minha”, ressalta o músico Geraldo Uchôa.
A responsabilidade da bagagem é das companhias aéreas. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas diz que cumpre todas as normas e que atua em parceria com as autoridades de segurança.
G1
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