domingo, 21 de outubro de 2012

TAM vai ler caixa-preta para saber por que Airbus perdeu turbina em Paris







Os órgãos de investigação de acidentes aéreos de Brasil e França não irão apurar o caso do voo da TAM JJ8055, que fazia o trajeto Paris-Rio no último dia 10 de outubro e teve que retornar ao Aeroporto Charles de Gaulle, na capital francesa, após os passageiros relataram explosão em uma das turbinas.







O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), por julgar que houve "uma ocorrência de menor gravidade”, repassou à TAM a apuração, informou a companhia. O Cenipa irá acompanhar a investigação e receberá relatórios da empresa.










A TAM abrirá as caixas-pretas de dados e de voz da cabine para analisar o que provocou um problema técnico que levou à perda de compressão em um dos motores, que fez com que o Airbus A-330 retornasse a Paris pouco mais de 17 minutos após ter decolado. A viagem até o Aeroporto do Galeão, no Rio, teria cerca de 11 horas e meia. O avião tem 12 anos de fabricação e estava com a manutenção em dia.







De acordo com o Cenipa, o BEA (Bureau d'Enquêtes et d'Analyses), responsável pela segurança aérea na França, afirmou que não classificaria o caso como acidente ou incidente grave, em que mereceria uma investigação.







Segundo a Convenção de Chicago, que regulamenta a aviação civil internacional, é considerado um acidente quando há vítimas ou danos à aeronave e, um incidente grave, quando o ocorrido poderia ter levado a um acidente.










A TAM confirmou que o BEA também não investigará o caso e que repassou a apuração para a empresa. O G1questionou a assessoria de imprensa do órgão francês sobre o caso, mas não recebeu retorno.










O que houve



As informações preliminares obtidas pelos investigadores franceses e brasileiros é que o que houve com o voo da TAM foi um estol (perda) de compressor, que fica dentro da turbina, gerando uma falha no motor da aeronave, o Airbus A-330 de prefixo PT-MVE. Vários fatores podem provocar a perda do compressor, como um problema mecânico, excesso da entrada de gás no escapamento, limite de temperatura, dentre outros.






O avião não perdeu altitude e poderia continuar voando apenas com um motor. Mas, como a travessia do Atlântico exigiria o pleno funcionamento do Airbus, o piloto cortou o motor e retornou ao aeroporto, informou o Cenipa. A TAM diz que repassará suas conclusões sobre o caso ao Cenipa e que seguirá os prazos do Comando da Aeronáutica para envio das informações. O Cenipa fará, no prazo de até um ano, um relatório final sobre o caso.







Explosão na turbina



Passageiros relataram terem ouvido barulhos e uma explosão na turbina direita da aeronave antes das luzes da cabine se apagarem e o comandante avisar que iria retornar.









 "A turbina da direita explodiu. Houve um barulho ensurdecedor. Os passageiros se mantiveram calmos, inexplicavelmente. Não houve pânico, houve choro. O comandante foi de uma habilidade louca porque o avião começou a balançar muito para a direita e para a esquerda, a perder altitude, a virar o bico para baixo e ele, com uma maestria extraordinária, equilibrou e coisa e tal. Ele não disse nada. Julgava-se que o voo seguiria seu curso normal , quando ele avisou: eu perdi a turbina da direita e nós vamos retornar a Paris", contou um passageiro.







A TAM diz que o departamento de Segurança Operacional da empresa, no Brasil, está apurando as causas do ocorrido mediante informações técnicas colhidas nos sistemas de controle da aeronave e com a tripulação. Os dados são passadas aos investigadores de várias formas, até mesmo por meio de sistema wireless, durante o voo, se for necessário, diz a companhia. A leitura dos dados das caixas-pretas é considerado um procedimento normal da empresa, disse a assessoria de imprensa, para avaliar erros ou procedimentos equivocados.










Segundo a TAM, ao pousar no aeroporto francês, “o comandante seguiu todos os procedimentos de segurança e prevenção adotados pela companhia e treinados por todos os pilotos em simulador”. A TAM tem até 30 dias para enviar ao Cenipa um relatório de ação inicial (RAI), com as informações preliminares sobre o caso e o que a empresa fará para evitar que o caso se repita.



Fonte:G1









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