As companhias aéreas associadas da Abear – Associação Brasileira das Empresas Aéreas gastaram mais de R$ 20 milhões para indenizar pelo menos 27 mil passageiros com a suspensão de quase 500 voos provocada após um acidente com um avião de carga no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas/SP, que interditou a única pista de pousos e decolagens do aeroporto no final de semana. Segundo informações repassadas pelas empresas à ABEAR, só ontem (16/10), os voos foram regularizados e passageiros, até o momento , ainda estão sendo reacomodados.O avião só foi retirado da pista 45 horas depois do acidente.
"Mesmo sendo obrigadas a cancelar e remanejar tantos voos, as companhias foram ágeis no atendimento aos passageiros e na solução de problemas", diz Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, lembrando que foi a Tam, uma das associadas, que dispunha de equipamento adequado para a remoção do avião. A Azul, maior prejudicada com o acidente, em menos de uma hora após a liberação da pista já tinha reprogramado a rota das quinze aeronaves que estavam em solo e, algumas delas, já estavam no ar.
O Código Brasileiro de Aeronáutica (Art. 91) prevê que as despesas de remoção e liberação do local do acidente com aeronave são de responsabilidade da companhia aérea, no caso, a Centurion, empresa norte-americana proprietária do avião cargueiro modelo MD-11. No entanto, quando a empresa não tomar essas providências, cabe à administração do aeroporto, no caso a Infraero, fazer isso.
A construção de uma segunda pista nos aeroportos mais movimentados, uma antiga reivindicação do setor, poderia ter evitado ou reduzido os transtornos. O alerta de que situações como esta poderiam vir a ocorrer já vem sendo feito pelas empresas aéreas há mais de dez anos, por meio do SNEA – Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias – que tratava de questões de segurança e operações de voo em nome das aéreas antes da criação da Abear. “Além do aeroporto de Campinas, estamos pleiteando há muito tempo por mais uma pista nos aeroportos mais movimentados do país, como o de Confins, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Nesses dois últimos, as pistas auxiliares são muito curtas para receber a operação dos jatos de grande porte”, explica Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear.
Fonte:Mercado e Eventos
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