O pedido de recuperação judicial da companhia aérea Passaredo devido a uma dívida de R$ 100 milhões foi aceito pela Justiça nesta quarta-feira (24).
Com dívida de R$ 100 milhões, Passaredo pede recuperação judicial.
Quase dois meses após demitir 113, Passaredo não pagou rescisões.
A juíza Carina Roselino Biagi, da 8ª Vara Cível de Ribeirão Preto, aceitou a solicitação feita pelo advogado da companhia, Aires Vigo, na sexta-feira.
Segundo o advogado, as operações da Passaredo continuam sem alteração apesar do pedido de recuperação judicial.
A frota da companhia aérea é composta por quatro turboélices ATR 72-600 que operam 18 destinos e 44 voos por dia. A empresa tem atualmente 590 funcionários.
A empresa informou que o pedido de recuperação tem o objetivo de viabilizar o pagamento de dívidas geradas por fatores como o alto preço do combustível e uma concorrência "momentânea e predatória" em Ribeirão Preto --cidade-sede da companhia que fica a 313 km de São Paulo.
"Este recurso legal visa preservar empregos, atender aos credores e manter a função social da companhia", informou a Passaredo na sexta-feira, em comunicado.
PLANO DE REESTRUTURAÇÃO
A partir de hoje, a Passaredo terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação aos seus credores --a maioria bancos-- e ficará protegida por 180 dias contra qualquer pedido de execução judicial.
O plano de reestruturação será elaborado pela Exame Auditores, de Ribeirão Preto, e a Deloitte Touche Tohmatsu foi designada a administradora judicial. A Deloitte foi a administradora judicial da antiga Varig. O processo de recuperação não obteve sucesso, e a companhia teve sua falência decretada em 2010.
PARCERIA COM A GOL
A Passaredo tem acordo operacional com a Gol que permite que uma empresa venda conexões aéreas da outra desde 2010.
Procurada, a Gol informou que não haverá nenhuma alteração para os clientes da companhia e que o pedido de recuperação judicial da parceira não altera o funcionamento e a continuidade dos voos programados.
DEMISSÕES NO SUL
Em julho, a Passaredo demitiu 113 funcionários na região Sul do país. Na ocasião, a empresa afirmou que os cortes foram decorrentes da suspensão dos voos em Porto Alegre (RS), Cascavel, Curitiba e Londrina (PR).
Quase dois meses depois, a Folha divulgou que compromissos trabalhistas ainda não tinham sido honrados. Na ocasião, a companhia prometeu pagar os valores devidos e afirmou que pretendia recontratar os demitidos.
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA
Nos últimos meses, a Passaredo afirmou ter dado início a uma guinada em sua estratégia de operação. As mudanças incluíram a troca da frota de jatos por turboélices --mais indicado para curtas distâncias-- e a readequação da malha, com objetivo de focar as operações no transporte aéreo regional.
"[As alterações] Permitem que a Passaredo apresente neste sábado (20) uma performance saudável, viabilizando o caminho para o desenvolvimento dentro de um setor importante", informou a empresa no comunicado de sexta-feira (20).
Fonte:Agência de Notícias
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