Taxa aeroportuária e combustível mais caros e regras mais rígidas para garantir direitos aos passageiros elevaram custos em 2011.
Depois de atingir os mais baixos valores da história, as passagens aéreas brasileiras devem sofrer um leve aumento de preço nos próximos meses, afirmou ao iG o presidente do grupo TAM, Marco Antonio Bologna. Na TAM, a estimativa é de reposição de cerca de 5% no valor médio cobrado para cada passageiro voar um quilômetro (yield) no terceiro trimestre.
Bologna recebeu o iG em uma sala repleta de fotos do comandante Rolim Amaro, o fundador da TAM, miniaturas de aviões e um quadro com os sete mandamentos da empresa. O primeiro deles é “nada substitui o lucro”.
Em linha com seu primeiro mandamento, a TAM responderá com reajuste de preços às pressões de custo que afetaram o setor aéreo neste ano. Em março, a Infraero reajustou as tarifas dos 67 aeroportos que administra. A TAM estima que a elevação de taxas trouxe um custo extra anual de cerca de R$ 50 milhões.
Durante todo o primeiro semestre, a companhia aérea gastou 30% mais com combustível do que no mesmo período do ano passado, conseqüência da elevação de preços do barril de petróleo. E ela também precisou arcar com mais despesas para atender às novas normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que ampliaram os direitos dos passageiros.
Mesmo com o aumento de custos, os preços das passagens da companhia (medidos pelo indicador yield) caíram 3,2% nos seis primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos trechos domésticos, a queda foi ainda maior – de 13,5%. Segundo Bologna, a redução de preços no setor aéreo foi parte da estratégia das companhias para atrair seu novo cliente, opassageiro da classe C.
Para atrair novos clientes, a TAM manterá sua estratégia de aumentar a capilaridade de suas vendas e de firmar parcerias comerciais com empresas de ônibus, segundo Bologna. Hoje, a empresa é parceira da Princesa do Agreste e da Pássaro Marron, que recentemente foi adquirida pelos acionistas da Gol, sua principal concorrente.
“A TAM de uma maneira geral busca mais capilaridade nas suas vendas e faz parte dessa estratégia criar integração com outros modais, como o rodoviário”, diz o presidente do grupo. “Existem várias empresas de ônibus no mercado. Podemos continuar nossa parceria com a Pássaro Marron ou firmar acordos com outras empresas”, diz o executivo.
A TAM, no entanto, não planeja comprar nenhuma empresa de ônibus, diz Bologna. “A TAM S.A. é uma holding voltada para a aviação”, ressalta. E o negócio mais esperado pela companhia é a conclusão da fusão com a chilena LAN, que deve trazer sinergias de US$ 400 milhões (cerca de R$ 685 milhões) ao ano.
O processo ainda depende de aprovações de autoridades do Brasil e do Chile. A previsão da TAM é que todas as etapas sejam concluídas no primeiro trimestre de 2012. Juntas, as duas companhias terão uma frota de cerca de 260 aviões e mais 200 encomendadas.
A TAM deve encerrar 2011 com 159 aeronaves e permanecer com a mesma quantidade no ano que vem. A companhia revisou seu plano de frota após a economia global começar a apresentar sinais de desaceleração. Em 2012, a TAM não elevará sua frota e apenas trocará 13 aeronaves mais antigas por outras novas.
Fonte: IG
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