Jato da Azul Linhas Aéreas pousa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro
São Paulo - A Azul Linhas Aéreas Brasileiras cobrará uma tarifa “muito inferior” a US$ 1.000 pelo trajeto de ida e volta quando começar a operar entre São Paulo e Fort Lauderdale, Flórida, ainda neste ano, disse o fundador da empresa, David Neeleman.
Os voos terão 271 lugares em duas classes, a bordo dos aviões A330-200 da Airbus Group NV, e tarifas promocionais a partir de apenas US$ 600 quando o serviço começar, possivelmente, em dezembro. A Azul competirá pelos passageiros com a GOL Linhas Aéreas Inteligentes, com sede em São Paulo, operadora de baixo custo que voa para Miami passando por Santo Domingo, República Dominicana, com aviões 737 da Boeing Co.
“Teremos preços para competir com eles”, disse Neeleman ontem, em entrevista na sede da Azul, em Barueri, São Paulo. “Teremos uma porcentagem determinada de assentos que será muito barata”.
Um voo para Miami na GOL, para a primeira semana de outubro, custa cerca de US$ 1.079, de acordo com uma busca recente na internet.
A Latam Airlines Group, que opera no Brasil com a marca TAM, oferece passagens de São Paulo a Miami a partir de US$ 930 para o mesmo período.
Os voos internacionais são fundamentais para a estratégia tanto da GOL quanto da Azul. A GOL está contando com os voos para os EUA e parcerias com linhas aéreas internacionais para aumentar a receita em moeda estrangeira, a fim de pagar dívidas denominadas em dólares.
A Azul, com seis anos de existência, está incursionando nos voos internacionais após se projetar no Brasil oferecendo rotas para cidades desatendidas, como Tefé e Coari.
A Azul chegará a Los Angeles e Las Vegas com suas sete aeronaves A330, disse Neeleman. Em 2017 ela receberá novos aviões A350-900 e nesse momento terá que encontrar novos destinos, que poderiam incluir cidades europeias.
Planos para abertura de capital
A empresa está pensando em retomar os planos de uma abertura de capital em dezembro ou janeiro, após ter engavetado a ideia no passado. Os investidores da Azul estão pressionando para que a empresa abra seu capital, disse Neeleman.
“Eles estão conosco há seis anos, então é um longo período para um investidor de private-equity”, disse. “Podemos realizar a abertura, independentemente do resultado da eleição presidencial”, disse Neeleman.
A Azul também está bem posicionada para ser a maior beneficiária do programa regional de aviação do governo, porque já opera na maior quantidade de cidades e tem o maior número de aeronaves adequadas para os aeroportos menores, disse Neeleman.
O Brasil oferecerá subsídios que totalizam R$ 1 bilhão (US$ 443 milhões) a partir de 2015, uma quantia que será revisada anualmente, disse o ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, em entrevista no dia 22 de julho, em Brasília.
Novos subsídios
“Com as possíveis mudanças no governo, alguém realmente vai investir numa frota completamente nova a menos que seja para cinco ou dez anos?”, disse Neeleman.
O programa concederá à Azul subsídios em cidades onde a empresa já planejava operar, disse ele. Os subsídios ajudarão a compensar os altos custos de combustível.
Caso o programa regional tenha sucesso, a Azul poderia comprar ou alugar mais jatos da Embraer, disse Neeleman. A Azul já anunciou que comprará 30 jatos E195-E2, com uma opção de comprar outros 20. Os aviões só começarão a ser entregues a partir de 2019.
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